Título: Estado Terminal
Autor: Dylan Ricardo
Editora: All Print Editora
Estrelas: 4/5
Livro: Cedido pelo autor
Era uma vez um dedicado leitor que queria ser escritor, pois achava que tinha o que dizer, mas não só isso, ele precisava expor, era muito mais que apenas um exercício de arrogância inconsciente. Era vital. O monstro que lhe habitava as entranhas estava a cada dia mais barulhento e preenchia cadernos com medos, desejos, lembranças e revoltas. Ele queria registrar tudo o que havia vivido, precisava deixar compiladas suas experiências, como uma marca do que passou durante a existência. Uma prova de que havia vivido.
Ele queria arrancar seus escritos das gavetas e atirá-los ao mundo. Queria tocar em sua obra publicada, pegar nas folhas, sentir o peso das frases, o cheiro do livro e o aguilhão de cada letra. Não lhe bastava mais escrever para si, ele desejava mostrar a todos o que acontecia pelos fumegantes e devastados campos inóspitos do seu cérebro. Queria cuspir, vomitar, arremessar tudo o que lhe carcomia as vísceras. E copulando com a dor, partejou poemas. Cem poemas que compõem esta pequena obra, fruto de noites em claro, de ácidas lágrimas vermelhas, de espelhos quebrados, paredes esmurradas, pulmões nicotinados, garrafas esvaziadas e torturantes lembranças. Caros leitores, bem-vindos ao meu cérebro.

Eu sempre gostei de ler poesias, apesar de nunca ter escrito nada do
gênero e de não ter dom pra isso haha.
Mas eu acho fascinante o modo que eles têm de transpassar os seus
pensamentos para o papel de uma forma tão intensa, profunda e emocionante.
E nessa obra, o autor Dylan Ricardo faz isso com uma verdadeira
maestria. Escritor e poeta, Dylan é autor das obras “Um Conto sem Final” e “Cem
sonetos e Agonizando”, já próximo de serem publicados e “Do Inferno”, já
lançado.
A sinopse deste livro já havia sido o suficiente para despertar a minha
curiosidade de conferir todos os pensamentos mais loucos e obscuros do autor,
sem deixar de mencionar a urgência que ele teve de expor a nós, leitores.
Contudo, a sinopse não havia me preparado para a profundidade da obra haha.