21 [ RESENHA ] Black Para Sempre

Título: Black Para Sempre (Trilogia Forever #1)

Autora: Sandi Lynn

Editora: Valentina

Páginas: 256

Estrelas: 4/5

O primeiro livro gira em torno de Ellery, que sempre imaginou que seu futuro estaria ao lado de seu namorado perfeito e seus felizes para sempre estava garantido. Entretanto, quando ele faz suas malas e pede espaço, ela vê seu mundo ruir e decide focar somente em suas pinturas e desistir de relacionamentos, até que em uma noite ajuda um homem completamente bêbado a chegar a sua casa em segurança. Um homem que logo estará disposto a brigar por um futuro ao lado de Ellery e apoiá-la quando seu mundo estilhaçar novamente.

Ellery Lane sempre fora uma mulher forte e independente. E por conta da morte de sua mãe que tinha câncer quando ela ainda era criança e o falecimento de seu pai, por conta da bebida antes dos seus dezesseis anos, Elle teve de amadurecer muito rápido, principalmente por pensar que sempre estaria destinada a ficar sozinha; até conhecer Kyle. Os dois se conheceram numa festa de Fraternidade no segundo ano na Universidade de Michigan, Kyle estudava Ciências Contábeis e Elle, Artes. Após a faculdade, eles se mudam para Nova York por conta do trabalho de Kyle numa grande firma de contabilidade. Elle arranja um emprego de meio expediente numa gravadora e pinta os quadros que prometera a galeria de arte. Sua vida era boa e ela pensava que estava feliz, mas infelizmente, Kyle não pensava o mesmo.

Ellery estava parada diante da porta do quarto, vendo Kyle guardar suas coisas e dizer que só precisava de um pouco de espaço. Os dois sabiam que a situação estava tomando esse rumo, mas Elle não queria admitir. Ela implora para que Kyle fique, não porque o amasse, mas por medo de ficar sozinha. Ele beija sua testa, deixa o dinheiro do aluguel e vai embora sem dizer nenhuma palavra enquanto Elle fica parada no meio da sala e suas lágrimas começam a rolar. Depois de quatro anos juntos, ela estava sozinha novamente.

Após se enroscar no sofá e chorar até dormir, Peyton, melhor amiga de Elle, surge na sua porta trazendo comida chinesa e sobremesa para tentar consolá-la, pois Kyle havia ligado contando tudo. Elle fica furiosa por saber que depois de tê-la abandonado, ele ainda tinha a audácia de fingir se preocupar com ela. Mas Elle não poderia ficar remoendo isso para sempre, ela precisava terminar seus quadros para exibi-los na galeria, principalmente, porque a pintura iria permiti-la fugir da tristeza e da solidão.

Fazia uma semana que Kyle se fora, e era hora de enfrentar o mundo e recomeçar sua vida. Com os três quadros nos braços, Elle finalmente iria apresentá-los a Sal, o dono da galeria e que também lhe oferecera um contrato, fazendo com que ela se comprometesse a pintar três quadros por consignação na galeria. E como sempre fora o seu sonho, ela os faz com extrema maestria e beleza, deixando o dono fascinado e ansioso para vender suas obras. Elle fica muito feliz, pois seria a primeira vez que mostraria o seu trabalho, e para comemorar, Peyton exige que as duas fossem a uma boate.

 Elle não queria um príncipe encantado, ou melhor, não queria nem saber de homens. Então, imaginem a sua surpresa quando ela descobre que Peyton resolve levá-la ao Clube S onde as pessoas costumavam se encontrar para transar. Elle fica muito irritada, pois não queria ter uma noitada com um estranho qualquer, principalmente quando o único cara com quem ela tinha feito sexo em toda sua vida a havia abandonado.

Contudo, Elle descobre que não é tão ruim assim dançar e descontrair um pouco com sua melhor amiga, mesmo que tenha que ficar na defensiva o tempo todo com os homens do local.  Mas ao pegar uma bebida no bar, ela vê um casal discutindo feio a ponto de a mulher aplicar um belo e forte tapa no homem que a acompanhava e depois vai embora, enquanto ele não demonstrava nenhuma emoção. Porém isso não fora a única coisa que manteve Elle quase que hipnotizada por ele.

“Continuei observando-o, porque era um dos maiores gatos que eu já tinha visto. O cabelo castanho-claro, quase loiro, era mais curto dos lados, e a parte de cima, mais cumprida, era ondulada. Não consegui deixar de ficar encarando seu queixo quadrado e anguloso e as maçãs do rosto salientes. Não dava para ver a cor dos olhos porque estava muito longe e a iluminação era fraca, mas dava para ver que qualquer mulher podia se afogar dentro deles.”

Pensando em sair um pouco do barulho e da agitação da boate, ela encontra o mesmo homem que além de estar super bêbado, também estava prestes a ser expulso do local. Vendo que ele não teria condições de ir para casa sozinho, ela resolve ajudá-lo e levá-lo para casa. Frankie, seu amigo que era segurança da boate, fica um pouco relutante em deixá-la levar o homem, mas como o estado dele era de tamanha embriagues, Frankie cede e chama um táxi para levá-los.

Elle descobre que o nome do homem era Connor Black, e assim que eles saem do taxi, a situação começa a ficar hilária, pois além de Connor não se aguentar em pé, ele não deixa de flertar com ela, o lado bom é que pelo menos ele consegue lembrar o número do seu apartamento haha. Elle fica bastante surpresa com o grande e luxuoso apartamento de Connor na cobertura e depois de muito sacrifício, tentando tirar suas roupas com vômito e deixá-lo em sua cama apenas de cueca, ela decide mandar uma mensagem à Peyton para que ela não se preocupasse e depois ir embora, porém as lembranças de seu pai a fazem voltar e vigiar Connor, pois ela temia que ele sufoque com o seu próprio vômito, assim como o seu pai. Porém ela acaba pegando no sono.

Na manhã seguinte, Elle quase se arrepende de todo o sacrifício da noite, pois Connor acorda furioso ao vê-la preparando um café em sua cozinha, depois de deixar bem claro as suas regras de que as mulheres não deveriam passar a noite na sua cama, mas Elle rapidamente conta o que realmente aconteceu. E o mais engraçado da situação é que a maior surpresa de Connor foi saber que eles não transaram!

 Depois de se desculpar, Connor lhe oferece um café, principalmente por ficar intrigado por ela tê-lo ajudado, mas a calmaria para por aí, pois ele começa a passar um grande sermão para Elle sobre os perigos de se ajudar alguém desconhecido, pois alguém poderia fazer algo cruel com ela. Com isso, Elle decide ir embora, sendo um homem muito determinado a conseguir tudo que quer, Connor, não consegue se conter e antes que ela saísse, ele lhe exigisse seu nome.

Após algumas horas e no mesmo dia, Elle não apenas recebe um convite para jantar com Connor no Le Sur Restaurant, cujo lugar ela sempre sonhara em visitar desde que se mudara para Nova York, com direito a uma limusine, como também descobre que Connor Black tem 30 anos, é um multimilionário famoso e CEO da Black Enterprises. Mas infelizmente, isso não significava que haveria um momento romântico entre os dois, pois ele à convida apenas para agradecer pelo que ela fizera na noite passada. E em alguns momentos do jantar ele se torna até mesmo grosseiro, arrogante e controlador.

“-Tudo isso não passa de uma grande palhaçada. - O quê? - perguntei, confusa, olhando para ele. -Casamentos, começar uma vida a dois, relacionamentos, tudo isso. Como você mesma disse, nada dura para sempre.Fiquei surpresa com suas palavras e sua aversão a relacionamentos. Podia ver a dor em seus lindos olhos verdes; ele devia ter sofrido uma grande mágoa. Abaixei os olhos e continuei desenhando.-Bem, muitas pessoas acreditam em casamentos de contos de fadas, em “viveram felizes para sempre”. Não vamos tirar isso delas.-Você acredita?- perguntou ele.-Não sei. No passado, achei que acreditava, mas já não tenho mais tanta certeza assim.-Continuei a desenhar.”

Porém, mesmo com sua aversão a relacionamentos e a sua opinião concreta de não ter amigas mulheres, eles não conseguem ficar longe um do outro, principalmente Connor que por algum motivo sempre consegue encontrar Elle e procura manter-se por perto sempre que ela precisasse, despertando nos dois não apenas uma amizade, mas algo muito maior com o passar do tempo.

Contudo, o passado de Connor, poderá interferir nesse novo amor, assim como um grande segredo que Elle esconde. Será que a nossa mocinha finalmente encontrou o seu amor, ou nada dura para sempre? Uma história de superação e de uma nova chance para o amor.

 Apesar de conter muitos momentos clichês em relação ao nosso CEO e a nossa mocinha, a história não deixa de ser divertida e muito envolvente, fiquei tão viciada que quase li o livro em um dia haha. A história possui drama e romance na medida certa, assim como as cenas românticas que são bem intensas. A capa está muito linda e diagramação me encantou totalmente, principalmente com os símbolos do infinito nas páginas. A narrativa é feita pela perspectiva de Elle, sua história é muito emocionante e ela tenta viver como se cada dia fosse o último, pois para ela nada dura para sempre, principalmente os relacionamentos. Em consequência de tudo pelo que ela passou. Ela é uma personagem divertida e que irá, praticamente, enlouquecer o nosso CEO, principalmente quando ela o faz comer comidas na rua quando ele quer jantar num restaurante chique haha. 

“-Você não vai comer pizza com garfo e faca.-Mas então como é que você quer que eu coma? Ele estava podre de atraente naquele momento. Peguei minha fatia e dei uma mordida. Mastigando, respondi: -Assim. Pegando e mordendo. – Isso é um nojo, e não fale de boca cheia.-Se não quer fazer, eu faço. -Peguei a fatia do seu prato e a levei à sua boca. -Dá uma mordida. -ordenei. Ele levantou as sobrancelhas para mim. –Você faz alguma ideia do quanto isso é sexy?- Piscou para mim. Não pude deixar de rir, dando um tapa no seu braço. Ele revirou os olhos -o que era extremamente sexy-, abriu a boca e deu uma mordida na pizza. Sorri colocando-a de volta no seu prato.-Minha vez.- Ele sorriu. –Sua vez de quê? Ele pegou minha fatia e a levou à minha boca.- Dá uma mordida.- ordenou. Fiz o que ordenara, e um largo sorriso se abriu no seu rosto perfeito. Acho que deve ter sido a primeira vez, desde que eu o conhecera, que o via sorrir assim. Era o mais lindo e simpático sorriso que eu jamais vira, e fez meu coração palpitar.”

Mas também fiquei um pouco irritada com a personagem em alguns momentos, quando ela começava a brigar com o Connor sem motivo algum, tendo algumas atitudes infantis bem desnecessárias. Fora isso, o livro é muito bom! O final me deixou intrigada e ansiosa pelo segundo e o terceiro volume, pois foi tão perfeito- que para mim- não precisava de continuação. Por isso estou ansiosa, sei que no segundo, leremos pela perspectiva do Connor, espero que seja tão bom quanto o primeiro.