Alexis Riggs é uma garota muito inteligente que sonha em estudar no MIT e apesar de fechada ela tinha uns bons amigos e um ótimo namorado. Mas tudo se transformou quando o irmão dela, Ty, se suicidou. Não existe eufemismo para isso ou meias palavras. Ele se matou. E até então ela não consegue entender como um garoto de 16 anos bonito, carismático, popular e querido resolveu tomar tal atitude, e pior: sem ter deixado nada a não ser um bilhete no espelho escrito “Desculpa, mãe, eu estava muito vazio”.
A
história inicia com Lex tentando escrever em seu diário. Claro, o diário não
foi ideia dela, mas do psiquiatra, Dave. Depois da morte do irmão, ela se
afasta de todos e acaba seu relacionamento com Steve. Ela também não consegue
chorar os sentimentos de perda e daí surge a ideia de escrever sobre sua vida
com Ty e depois dele. Com tudo, ela ainda tem que se preocupar com a mãe que
apenas chora, bebe e toma remédios para se livrar da dor da perda do filho; e
com um pai ausente que abandonou a família há 3 anos e que ela não consegue
perdoar.
Vivendo cada dia arrastadamente, Lexie vive assombrada pela culpa da
morte do irmão, afinal, ela prometeu estar lá quando ele precisasse. Mais
ainda, ela começa a sentir o cheiro da colônia de Ty e de vê-lo em alguns
momentos. Mas para quem ela poderia contar essa loucura? A partir daí ela
retoma a amizade com Sadie, uma amiga de infância que estava agora no grupo dos
rebeldes e maconheiros. Nada parecida com a protagonista. Mas é dela que vem a
ideia de que talvez Ty tenha deixado algo para trás para ser terminado e até lá
não conseguirá descansar. Não que Lexie acredite em fantasmas, mas o que mais
poderia fazer? Então quando ela acha a carta do irmão destinada à ex-namorada,
Ashley, e pensa que pode conseguir resolver, pelo menos, um dos seus
problemas.
Esse
é um livro sobre vítimas de suicídio, mas aquelas que ficam. A história aborda
a morte de Ty e situações que podem ter corroborado para decisão dele, mas não
é o assunto principal da narrativa. O foco é como aqueles que sofrem a perda
desse modo abrupto ficam depois que o suicida se vai. Lexie tenta entender o porquê do vazio do
irmão ser maior do que o amor que muitos sentiam por ele e se questiona várias vezes
quanto o conhecia. Ela fica triste, claro, mas também com raiva, briga, xinga e
“odeia” o que Ty faz ela e a mãe passar. Eu senti falta de saber mais
concretamente o motivo de Ty ter atirado em si mesmo ou a visão dele sobre
tudo, mas eu entendo o porquê de não ter algo desse tipo e realmente achei uma
abordagem interessante da autora focar na família da vítima e não nela.
"Existe morte ao nosso redor. Em todos os lugares para onde olhamos.1,8 pessoa se mata a cada segundo. Só não prestamos atenção. Até começarmos a notar.”
Agora
vamos aos personagens. Gosto da nossa
protagonista, mas não morro de amores. Ela está em uma situação difícil, o pai é
um babaca e a mãe acha que a vida acabou. Certamente eu senti bastante empatia
e compaixão por ela, entretanto acho que ela poderia ter enfrentando tudo de
uma forma melhor, porque ela conta com personagens secundários adoráveis. Ela
afasta todo mundo que se preocupa com ela e se irrita pela atenção e carinho
que os amigos e o ex namorado direciona para ela. Lexie parece não saber
separar a pena de pessoas alheias da preocupação daqueles que se importam com
ela. Talvez seja uma construção proposital para ela evoluir depois, mas me
chateou muitas vezes a forma que ela tratava Stevie e as amigas de cálculo. Por outro lado, ela era corroída pela culpa e remorso e mesmo tendo a oportunidade de viver seu sonhado futuro, ela pensa primeiro na mãe. Às vezes, eu queria poder abraçar ela. Uma
personagem que gostei muito foi Sadie, apesar do jeito rebelde, ela é um amor e
entende o que Lexie está passando, além de ajuda-la de várias formas. A mãe da
protagonista também me ganhou. Não consigo imaginar a perda de um filho e a dor
profunda dela consegue atingir mesmo o leitor. Fã de Elvis e enfermeira, ela
era uma boa mãe, apesar de ter que trabalhar muito. A viagem dela com Lexie é
uma das melhores partes para mim.
"O perdão e confuso, Lex, porque, no fim, tem mais a ver com você do que com a pessoa que está sendo perdoada.”
Ao
todo, o livro é maravilhoso. A capa também chamou minha atenção e é linda. A
história é envolvente e emocionante. Não sou fácil de chorar, mas no fim caiu
uma lagrimazinha. A história mostra que realmente não sabemos o que se passa na cabeça do outro. Por mais que alguém seja lindo e popular a gente não sabe o que há por trás da fachada e um suicida pode ser que menos pensamos. Mostra também que tem vezes que podemos fazer algo e vezes que não e saber isso pode ser um grande passo para "superação" de quem fica. Lex aprende muito sobre isso e que ainda pode ser feliz. Assim, a culpa, a dor e o pânico até permeiam as páginas do livro, mas o
que é deixado no final é o sentimento de esperança.
“ – Você não poderia tê-lo salvado – respondo. – ninguém além dele mesmo poderia tê-lo salvado. E você provavelmente está certo. Ele não ligou para ser salvo. Ligou para dar o último adeus.”
"– As pessoas que amamos nunca se vão realmente. – diz ele. – Não aprendeu isso?"
Tinha visto apenas a capa desse livro por aí, mas não sabia muito sobre ele. Com certeza será uma leitura válida, daquelas que levamos para a vida toda! Se já me emocionei com a resenha, imagino-me lendo o livro rsrs.
ResponderExcluirÓtima dica, bjs!
www.livrosdabeta.blogspot.com.br
Obrigada! Realmente é um livro lindo e que pode te fazer chorar. Já me declarei culpada.
ExcluirBeijos
Oii linda, tudo bem?
ResponderExcluirEu já conhecia esse livro, li diversas resenhas e toda vez que leio dele eu me emociono, suicidio é algo tão triste e terrivel que as pessoas na maioria das vezes acham besteira, creio que seria uma leitura válida para todos.
Beijinhos
Tudo bem, Morgana. Eu concordo com você. O suicídio é uma tema essencial de ser debatido e antes dele sempre vem algum tipo de transtorno a qual não dão atenção. Muitos tratam os temas psicológicos como besteira e acabam perdendo alguém para reconhecer a importância desses temas. A leitura realmente é válida e necessária, principalmente entre os jovens atualmente.
ExcluirBeijos
Nossa, esse parece mesmo ser um livro com uma tensão e uma lição boa para levar pra vida, não é? Temos tantas histórias que focam na vítima, que sabemos que sofre, mas é raro encontrar sobre a família e os amigos dessa pessoa, que sofrem ainda mais, depois do ocorrido. O livro me chamou muita atenção e sua resenha me deixou com mais vontade de ler. Dica anotada.
ResponderExcluirBeijinhos,
http://literaleitura2013.blogspot.com.br/
Com certeza a carga emocional pesa, mas é lindo. E como você disse, deixa uma lição muito boa. O fato do foco ser na irmã foi uma das coisas que me chamou atenção para o livro. Espero que tenha uma boa leitura com ele.
ExcluirBeijos!
Olá!
ResponderExcluirJá tinha ouvido algumas pessoas falando muito bem a respeito desse livro, e nunca tinha me ligado muito na história, mas, lendo sua resenha, percebi ser esse um ya com uma temática que gosto bastante, mais psicológico e acho que não é comum vermos na literatura o ponto de vista dos familiares de um suicida, geralmente acompanhamos a vida da pessoa sob a óptica dela até o derradeiro fim.
Gostei da resenha, me fez abrir os olhos para essa obra. =)
Obrigada! É ótimo conseguir fazer alguém dar uma chance aos livros, especialmente YA que, muitas vezes, são generalizados em estereótipos. Realmente o teor desse é muito psicológico e se você gosta, recomendo. Ele mexeu com meu emocional. Espero que consiga ler o livro.
ExcluirBeijos!
Eu acho muito importante os livros abordarem esse assunto e tenho muita curiosidade para ler esse livro. Gostei da sua resenha e dos pontos que você mencionou.
ResponderExcluirObrigada! Eu sempre acho importante assuntos complicados serem debatidos e trazidos na literatura. Foi o que mais me atraiu para leitura. Espero que consiga lê-lo.
ExcluirBeijos
Oi Thais, conheço o livro, mas não tive oportunidade de ler ainda. Acho importante o debate sobre o suicídio, e ter isso no livro é um ótimo diferencial.
ResponderExcluirBJs, Rose
Concorde bastante,Rose. Mesmo com tantos debates, o suicídio ainda é muito tabu. Espero que consiga lê-lo.
ExcluirBeijos
Oi Thais, adorei ler sua resenha e como sempre fujo dos livros da DarkSide por puro medo, no início fiquei com vontade arriscar a leitura desse livro que sua resenha capturou minha atenção. Trazendo a família como uma base central, ainda que desestruturada sempre somos fruto de algum núcleo familiar e a penso que Lexie tem na amiga Sadie uma pessoa em quem confiar e como Sadie penso que se partirmos deixando algo inacabado nosso espírito não descansa e não se desvincula 100%.
ResponderExcluirAchei fantástica a premissa central estar focada na vida e nos sentimentos dos que ficam.
Parabéns pela linda resenha.
Bjo
Tânia Bueno
Obrigada, Tânia. É uma leitura que realmente vale arriscar.
ExcluirBeijos!
Tenho esse livro em casa e acho que vou curtir bastante a leitura!
ResponderExcluirBeijos
Mari
Pequenos Retalhos
Olá!!!
ResponderExcluirEu não conhecia esse livro, mas achei a premissa bem interessante ainda mais pelo assunto que se trata e a perspectiva da narrativa, motivos as vezes não são tão importantes quanto as consequências. Adorei a resenha!
Beijos
Olá!
ResponderExcluirConhecia o livro, mas não sabia do que se tratava, adorei a premissa, um livro que não encontramos por aí, com o lado de quem fica depois de uma situação de suicídio, um novo ponto de vista sobre um assunto tão delicado.
Oiii!
ResponderExcluirEu não conhecia esse livro, quer dizer, só de capa... Não sabia que era esse enredo tão pesado e interessante. Gostei de saber que foi bem trabalhado.
Beijnhos,
Olá! Realmente não paramos para pensar no lado dos familiares e amigos do suicida, os que ficaram. Alguns dizem que o sofrimento acaba com a morte, outros dizem que não, mas certo mesmo é que a dor dos que perderam alguém de forma tão brutal é imensa. Achei muito interessante esse ponto de vista mais diferente sobre a história. Beijos.
ResponderExcluirOieee, ainda não li o livro mas gostei muito de sua resenha, realmente não é um livro leve por assim dizer, pois trata de assuntos bem delicados, mas dica anotada!
ResponderExcluirBeijos
Eu tenho este livro na estante, mas ainda não consegui arrumar um tempinho para lê-lo. Fiquei encantada com a sua resenha e senti ainda mais vontade de ler logo esta história. Talvez eu também não morra de amores pela protagonista, mas acredito que todo o resto compensará.
ResponderExcluirOI, tudo bem?
ResponderExcluirNão vejo muita graça na capa deste livro, ms a história é muito interessante, queria ler, mas acho que nem conseguiria tão cedo.
Bjs
Oi, tudo bem? Li este livro no setembro amarelo do ano passado, lembro que gostei muito, por ser YA e por abordar o suicídio. É um dos poucos livros da DarkSide que li, mas muito lindo. Gostei muito da dinâmica da narrativa e quase esquecia dessa história de fantasma no meio dela, porque eu entendi que era apenas um eufemismo, e que a real trama estava no agora, no presente, naqueles que ficaram. Lembro que gostei muito da Lex e, apesar do modo que tratou o ex-namorado e as amigas, eu a entendi, pois a depressão nos afasta de todos mesmo, é bem triste e gostaria que as pessoas julgassem menos e demonstrassem mais o quanto estão por perto. Gostei muito da relação dela com a mãe, acho que as duas estavam na depressão, mas a mãe lidava com isso de forma mais destrutiva :/
ResponderExcluirGostei muito da resenha, fico contente que as pessoas estão lendo este livro, mesmo um ano depois do lançamento <3
Love, Nina.
http://ninaeuma.blogspot.com/
Eu ouço falar muito desse livro, mas nunca me interessei em ler por motivo de não querer sofrer, mas lendo sua resenha, bateu a curiosidade. Talvez, se ver esse livro em promoção por aí, acabe comprando o meu. A capa é linda, digna de um Darkside. Amei sua resenha, super sincera e nos deixando saber suas expressões. Um beijo e sucesso!!!
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