Título: Tartarugas Até Lá Embaixo
Autor: John Green
Páginas: 268
Editora: Intrínseca
Estrelas: 5/5
Depois de seis anos, milhões de livros vendidos, dois filmes de sucesso e uma legião de fãs apaixonados ao redor do mundo, John Green, autor do inesquecível A culpa é das estrelas, lança o mais pessoal de todos os seus romances: Tartarugas até lá embaixo. A história acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido – quem encontrá-lo receberá uma polpuda recompensa em dinheiro – enquanto lida com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Se você pensa que esse é mais um livro de investigação adolescente está enganado. Na verdade o fato de não ser me decepcionou um pouquinho, mas não por muito tempo. Tartarugas Até Lá Embaixo é um livro simples, mas que traz uma narrativa encantadora e realista que envolve o leitor.
"A vida é uma sequência de escolhas entre incertezas."
Aza é uma garota normal, ou quase isso. Ela está no colégio, tem uma ótima melhor amiga e está prestes a ter um interesse amoroso. O que realmente complica sua vida é seu Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) que a envolve numa interminável batalha com a própria mente,onde ela não consegue controlar seus próprios pensamentos. O mais recorrente deles é sobre seu microbioma e como ela pode contrair facilmente C.diffi, uma bactéria mortal. Mesmo presa em sua própria cabeça, nossa protagonista acaba envolvida em uma investigação com Daisy, sua melhor amiga, sobre o paradeiro do bilionário Russel Picket; o que pode render à dupla 100 mil dólares.Nessa jornada Aza acaba buscando por um antigo amigo e filho de Russel, Davis. Ele é um garoto doce e quieto que tenta cuidar do irmão na ausência do pai. Dessa forma encontrar o pai dos garotos Picket torna-se uma missão pessoal para Aza, mas antes ela tem que lidar consigo mesma.
Como eu disse, o livro não trata-se de investigação propriamente dita. Ela dá apenas o contexto para inserir nossa protagonista A batalha que ela trava contra o TOC é o que move todo o livro. Por isso ele não é uma leitura tão leve para um domingo à tarde, mas uma obra que traz de forma real e crua o que é conviver com uma doença mental. Tendo ele mesmo o TOC, John Green soube trazer de uma forma crível o dia a dia de uma pessoa doente sem ser super dramático ou pedante.