13 [ RESENHA ] O Feiticeiro de Terramar

Título: O Feiticeiro de Terramar - Ciclo Terramar #1

Autora: Ursula K. Le Guin

Páginas: 176

Editora: Arqueiro

Estrelas: 4/5

Sinopse: Há quem diga que o feiticeiro mais poderoso de todos os tempos é um homem chamado Gavião. Este livro narra as aventuras de Ged, o menino que um dia se tornará essa lenda. Ainda pequeno, o pastor órfão de mãe descobriu seus poderes e foi para uma escola de magos. Porém, deslumbrado com tudo o que a magia podia lhe proporcionar, Ged foi logo dominado pelo orgulho e a impaciência e, sem querer, libertou um grande mal, um monstro assustador que o levou a uma cruzada mortal pelos mares solitários. Publicado originalmente em 1968, O feiticeiro de Terramar se tornou um clássico da literatura de fantasia. Ged é um predecessor em magia e rebeldia de Harry Potter. E Ursula K. Le Guin é uma referência para escritores do gênero como Patrick Rothfuss, Joe Abercrombie e Neil Gaiman.

Há diversos nomes em que poderíamos citar, quando pensamos em um jovem mago destinado a grande poderes. Eis que um em especial, eu ainda não conhecia, mas a autora Ursula K. Le. Guin, já havia criado em 1968, Gavião um feiticeiro lendário e que após algumas de minhas pesquisas, descobri que este personagem em especial, foi motivo de grande inspiração para as demais histórias que o sucederam.

Em O Feiticeiro de Terramar, conhecemos o mago ainda na sua juventude, trilhando os primeiros passos para o seu destino. Ged foi criado pela Tia e pelo pai, que era um ferreiro e insistia que o garoto seguisse seus passos. Ged no entanto, pouco se interessava pelo oficio do pai, passando seus dias imersos em brincadeiras, até que um certo dia ele viu sua Tia praticando magia e mesmo sem conhecer as palavras que ela havia dito, ele as repetiu e acabou conjurando um feitiço nas cabras.

Quando a Tia de Geb percebeu que ele tinha um dom, resolveu ensina-lo tudo que ela sabia. Embora seus conhecimentos fossem limitados, um certo dia quando a Ilha em que ele vive, precisou de sua ajuda, Geb acabou conjurando um feitiço o qual ele não havia aprendido e salvando todo o povoado. Depois deste feito, o rapaz começa a ser reconhecido e respeitado por todos, mas o que poderia ser o início de uma vida de glórias, acaba despertando o interesse de pessoas mal-intencionadas.

Com sua fama se expandindo por outras cidades, o Mago Ogion acaba tomando conhecimento das habilidades do rapaz e resolve torna-lo seu aprendiz. Geb é encaminhado para uma escola de magia, conhecendo várias figuras importantes por lá, além de também aprender diversos feitiços. Uma complicação surge no entanto, quando Geb utilizada uma magia proibida e além de desencadear um mal que estava a muito tempo adormecido, ele também começa a ser assombrado por ele.

“– Quando vai começar meu aprendizado, senhor? - Já começou – respondeu Ogion. Fez-se silêncio, como se Ged estivesse hesitando em dizer algo. - Mas ainda não aprendi nada! - Porque você não descobriu o que eu estou ensinando.”

O livro segue um ritmo muito interessante no decorrer das páginas, de inicio conhecemos um rapaz curioso e imprudente demais para ser um sábio. Mas a medida que os acontecimentos vão se passando, percebemos que Geb é obrigado a viver sob diversas provações, o que com certeza o tornará o mago que o destino diz que ele será. A autora também manteve a trama interessante, aos nos explicar sutilmente o que é a magia e como ela se transforma ao nosso redor. O único ponto negativo, é somente algumas explicações que tornaram alguns trechos do livro cansativo, tal qual as explicações cartográficas que me incomodaram um bocado durante a leitura.

O Feiticeiro de Terramar é um excelente livro de fantasia, tanto para aqueles que gostam do gênero, como os demais que pretendem se arriscar. O livro é o primeiro de uma série e acredito que o segundo volume em breve será lançado. A obra foi cedida gentilmente pela Editora Arqueiro, que caprichou muito nessa capa que ficou linda, além da diagramação que está simples e adequada. 

“Somente no silêncio a palavra, somente nas trevas a luz, somente na morte a vida: o voo do falcão brilha no céu vazio”