32 [PARA REFLETIR] Quando a razão sai na frente para o sonho vencer

Sentei na cadeira da cozinha e na pequena mesa coloquei uma agenda, canetas e post-it coloridos. Fiquei a observar algum tempo, pensando em tudo o que tinha para organizar. Um objetivo, uma meta a conquistar e, dessa vez, faria conforme o planejado. Chega de ficar para trás.

Provavelmente, se não ouviu, algum dia vão soprar no seu ouvido o verbo: Poupar > sinônimo de economizar, guardar, conservar. Não é minha palavra preferida do mundo, no entanto, na aurora do meu primeiro emprego, aos 15 anos, se eu tivesse poupado hoje em dia já teria ido ou teria viagem marcada para conhecer o Nordeste desse meu Brasil, a bela e inspiradora Londres ou qualquer lugar entre Orlando e Orange County. 

         É, sinto dizer a vocês que a razão só venceu agora, o peso de tudo que ainda não fiz e vi; contudo não é (tão) tarde, há tempo nessa vida embora eu não saiba precisar quanto, e isso importa? Não concordo com quem sentou numa varanda a beira do abismo e tenha dito, com os ossos já salientes, mas fortes e a carne desaparecendo mesmo com saúde e disposição: deixa pra lá. Deixa nada, levanta o estagnado do seu corpo do sofá, exercite sua mente, tenha sonhos e ambições, cautela, disposição e seja bom, não atropele ninguém, tenha sangue pulsante nas veias e vá.

Tente quantas vezes forem necessárias.

Trabalhe a mente e o coração.

Somos feitos de sonhos materiais também, coloque-os em listas, faça prévias de gastos, imagine tudo o que vá precisar e poupe para realizar. Ei, você que esta prestes a sair da fila do cinema e desistindo do sorvete, faça-me o favor de não ser extremista, seja focado, mas não seja um banco. Não retenha tanto, saiba dosar. Aprenda fotografar, pratique surf, curta o mar, happy hour com os amigos e um novo/velho amor, escreva poesias, sente-se a mesa com a família, conte uma piada, componha uma música, escreva um livro. Deixe viver e viva.

Só deixe viver e viva. 

Necessário, mas difícil, não?