04/11/2016

9 [ RESENHA ] Eu Estou Aqui

Título: Eu Estou Aqui
Autor: Clélie Avit
Editora: Fábrica 231
Páginas: 288
Estrelas: 3/5 
Livro: Cedido pela Editora Rocco

No cenário frio e asséptico de um hospital surge a paixão entre Elsa, uma montanhista em coma há cinco meses depois de cair durante uma escalada, e Thibault, que se refugia no quarto da moça, por não querer visitar o irmão, o motorista bêbado que causou a morte de duas adolescentes num acidente automobilístico.
Delicadamente composto, o romance mostra o envolvimento gradual entre dois personagens cuja comunicação se dá instintivamente. Enquanto Thibault pode conversar e incentivar Elsa a retomar o domínio de suas ações, a jovem ouve, percebe e sente toques em seu corpo, mas não tem como comunicar seus desejos e anseios. Os dois passam a se conhecer tanto pelo que transmitem um ao outro – Thibault em suas confidências, Elsa tentando demonstrar que corresponde a seus estímulos – quanto pelo que os amigos da montanhista comentam a respeito do rapaz ou falam a ele sobre Elsa. Junto da moça em coma, Thibault sente-se tranquilo e protegido da revolta contra o irmão, internado em estado grave no mesmo hospital. Elsa, embora cercada pela família e por amigos, se entusiasma com a ousadia de Thibault, que não se acanha em beijá-la. E quando os parentes discutem a possibilidade de desligar os aparelhos que a mantêm viva, é com ele que Elsa conta para lutar por sua própria sobrevivência.




Elsa é a nossa protagonista no livro "Eu Estou Aqui" e através do seu monólogo pessoal vamos conhecendo a história, a rotina que ela encara no seu período de coma e seus medos. Ela está em coma há mais de 5 meses devido ao gravíssimo acidente que sofreu fazendo o trabalho que amava: montanhismo.

Só que esse seu amor foi bem traiçoeiro e em uma avalanche inesperada ela foi coberta por imensos pedaços de gelo que a deixaram em um estado de saúde considerado pela medicina estável, ou seja, sem piora ou melhora. Mas o fato é que sua condição após longos meses sem mudança alguma irá atrair negativamente a atenção dos médicos que passarão a considerá-la uma paciente indicada ao desligamento. Tenso, né?


Mas tudo é ainda mais tenso porque Elsa pode ouvir tudo o que falam para ela e sobre ela, no entanto, infelizmente, esse seu único sentido em funcionamento não é suficientemente útil para explanar sobre a sua condição de melhora que é perceptível só pra ela. Além de não conseguir falar, não tem movimentos em parte alguma do corpo e por isso é considerada vegetativa. É desesperador porque ela não tem poder de ação, só pode se sujeitar a ouvir e tentar conviver com as informações que recebe.

E ela já estava adaptada a sua rotina no leito hospitalar, diariamente uma enfermeira cuidava da atenção básica de higiene pessoal, durante a noite uma faxineira limpava o quarto, as quartas sua irmã a visitava sempre na companhia de algum namorado diferente e aos fins de semana seus pais apareciam para vê-la.

A esperança na recuperação de Elsa foi morrendo aos poucos para a família e as visitas se tornaram cada vez mais escassas. Até que um dia alguém entra no quarto de Elsa, alguém diferente da rotina, alguém que vai atrair bastante a atenção dela.

"Não tenho a menor ideia do estado de Elsa, ninguém quer me dizer nada. E sabe? Percebi que até prefiro que ninguém me fale disso. Prefiro ser cego e nada saber. Se eu não souber de nada, posso manter a esperança. E, atualmente, a esperança é tudo que me faz seguir em frente."

Esse alguém chama-se Thibault e ele é um homem recém-divorciado que vai parar no quarto dela porque está fugindo de seu irmão. Aí você se pergunta, por quê? Bom, digamos que seu irmão causou um terrível acidente que matou duas garotas e o deixou bastante ferido. E Thibault quer ficar longe dele porque não se conforma com a falta de responsabilidade do mesmo, ou melhor, mais uma das suas inúmeras irresponsabilidades, esse acidente foi a gota d´água pra ele.


Se sentindo sufocado por conta do divórcio e das pendências pessoais com o irmão ele encontra na proximidade com Elsa a paz de espírito que tanto precisa. E apesar da linda mulher no leito não ter qualquer reação física ele sente que ela ainda está ali de alguma maneira e começa a visitá-la semanalmente.

Elsa vibrará com suas visitas e começará a sentir um necessidade incontrolável de sair do coma, por isso começará a se estimular na esperança de acordar um dia e poder olhar nos olhos desse homem tão especial e que traz um cheiro de arco-íris em sua vida.

"(...) Não consegui associar a ele nenhuma cor em particular. Era apenas prismático e desconcertante. Fiquei com a imagem de um arco-íris. Achei isso poético. É bem melhor que o resto, que se tornou tão desanimador quanto possível."

Esse livro é um drama, então teremos toda a história escrita de maneira a nos deixar tensos e naquela expectativa de que Elsa "volte a vida" e que Thibault finalmente se encontre no mundo. É uma história delicada e bem simples de ler, apesar do contexto doloroso.

No geral eu gostei sim, só senti falta de um final mais completo sabe? Achei que faltou isso, mas relaxem aí que vale a pena... Às vezes a vida nos dá presentes, como novos começos.


Espero que leiam e quando o fizerem me contem aqui. ^^

Beijinhos.
Partiuuuu!

Att,
Paty Argachof.
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9 comentários:

  1. Esse livro está na minha lista! Quero tanto ler que estou com medo de entrar na livraria e não encontrá-lo mais! A propósito sua resenha está ótima, me deixou com mais vontade aidna de ler kkk
    um beijo ♥
    https://leiturize-se.blogspot.com.br

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  2. Olá! Nossa, a capa é bem perturbadora. Mas a história é muito interessante, deve deixar o leitor angustiado, fiquei curiosa para ler e já anotei aqui. Beijos!

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  3. Me deu vontade de ler apesar das suas três estrelas e o fato de não ter gostado do final. Apesar de não ser o tipo de livro que costumo ler, bateu uma curiosidade.
    Bjs

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  4. Olá! Nunca ouvi falar, mas fiquei muito interessada. Será que pessoas em coma ouvem e sentem como a personagem do livro? Eu nunca li nada assim e esse com certeza entrou pra minha lista. Ótima resenha.
    Beijos.

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  5. Olá!

    Que premissa pesada! Adorei, apesar de ter ficado aflita com a Elsa. Morro de medo de ficar em coma justamente por isso, poder ouvir ao redor e não fazer nada...

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  6. Quero tanto ler esse livro, e a capa é maravilhosa.

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  7. Oi Paty!
    Gostei muito da premissa do livro, mas confesso que sua resenha me deixou um pouco desesperada e esse sentimento me acompanhará durante a leitura. Presa no corpo sem poder se defender e sabendo que está viva mais a tratam como morta? Tenso... fiquei mega curiosa

    Beijocas

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  8. Oi Paty!
    Essa é uma história no mínimo intrigante, fiquei imaginando como se dá essa comunicação entre o casal com a moça em coma, deve ser algo muito sensível e sutil. Quero ler, com certeza.
    Bjs!

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  9. Nossa Tati, tenso mesmo essa coisa de desligar aparelhos que mantém a personagem viva, afff!! Pior ainda é o fato de ela conseguir ouvir tudo que falam, a sensação deve ser um horror, tipo: a pessoa grita estou viva, estou aqui e ninguém a escuta ainda bem que ela encontrará um salvador.
    Dica anotadíssima!

    Bjo
    Tânia Bueno

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